quinta-feira, 25 de junho de 2009

Fátima....

No dia da partida, de manhã vestiu os calções e uma t-shirt com nossa senhora estampada. A imagem era qualquer coisa de etéreo, parecia a aparição ela mesma que desta vez acontecera numa t-shirt ao invés de numa árvore. Na cabeça um boné verde e às costas uma pequena mochila com o essencial.
Partiu pela fresca com convicção, de joelhos. Trezentos quilómetros que seriam pouco para agradecer o que nossa Senhora fizera por ele, um sacrifício que na realidade era uma agradecimento.

De joelhos, ao sol, trezentos quilómetros...os joelhos em sangue cravejados de gravilha, mas aguentava, sem vacilar fechava os olhos e via-A. Continuava sem nunca pensar em desistir, ao fim ao cabo já não tinha cancro nossa senhora salvara-o.
As feridas nos joelhos não eram nada comparado do que ela o salvara.


As feridas pioravam mas isso não era nada, ela estava ali...sempre a seu lado, ele via-a, sorrindo-lhe serenamente mostrava que acreditava nele.

A morte foi serena.
A gangrena causada pelas feridas alastrara mas ele não deu por nada porque ela o pacificara, a sua presença abstraira-o e tornara a sua morte num calmo milagre.

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