Fantasiava com ela desde que a conhecera, não que fosse a típica rapariga com quem se fantasia mas porque tinha um encanto especial.
Sorria sempre entre amigos, pareceia-me em alguns momentos, uma das pessoas mais bonitas do mundo, com aquele seu dentinho encavalitado de lado, os olhos redondinhos escuros e o cabelo sempre desgrenhado.
Fomos falando cada vez mais e cada vez lhe encontrava mais encantos.
Passei a reparar-lhe nos sapatos, era engraçado nunca tinha reparado nos sapatos que usava, sendo todos eles tão característicos um bocadinho de salto o dedinho a ver-se em dois ou três pares, rasos com uma flor de lado, tinha uns de veludo bourdeux que tinha cuidado não usar nos dias de chuva. E tinha uns botins de salto alto com uns atacadores muito fininhos que em jeito de brincadeira lhe dizia serem os seu sapatos de sapateado.
Já estava naquela fase em que tudo nela me agradava.
Apareceu com os botins ao jantar em casa de uns amigos. fomos ficando sem pressa, os grupos foram-se dispersando eu absorto só lhe conseguia olhar para os botins, sabia de cor as características de todos os seus pares de sapatos, quer de verão quer de inverno, apercebi-me que as particularidades tão peculiares que eu encontrava nos seus sapatos não eram senão o reflexo do desejo de a ver descalça.
Pedi-lhe, ela acedeu.
Perdi o interesse.
domingo, 13 de setembro de 2009
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